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Restringindo a nossa atenção a um único tipo de fonte, as emissões dos veículos, constata-se, inequivocamente, a magnitude das interferências que, quotidianamente, são exercidas na composição química da atmosfera portuense e que perduram disponíveis no ecossistema urbano por tempo indeterminado. Para se perceber de que forma as variáveis tipo de tempo e qualidade do ar poderão influenciar as crises asmáticas é necessário compreender minimamente o que é a "asma" e saber quais os principais factores determinantes para o aparecimento desta patologia e sobretudo para desencadear as crises asmáticas. A leitura de bibliografia sobre esta patologia permitiu-nos concluir que a asma é um dos problemas respiratórios mais comuns no mundo actual – sendo uma doença com importante morbilidade, que atinge cerca de 150 milhões de pessoas no Mundo. De acordo com Holdgate (1993), a asma bronquial (originada por uma alergia ou uma infecção) tem sido referida na literatura médica desde há mais de 2000 anos. Contudo, foi apenas a meio do século passado que houve um progresso real na definição da natureza deste problema clínico e das suas possíveis causas. Uma definição bem aceite para a asma bronquial é a de "um síndroma caracterizado pela obstrução geral das vias respiratórias, que é reversível espontaneamente ou com tratamento" (CHMU, 1995). As vias respiratórias tornam-se, por um processo de contracção, mais estreitas, podendo mesmo ficar parcialmente bloqueadas, impedindo uma respiração normal. A verdade é que as vias respiratórias de todas as pessoas têm a capacidade de se contrair em resposta a alergénios ou a elementos irritantes; porém, num indivíduo asmático os brônquios e os bronquíolos (ou seja, as vias respiratórias) são suprasensíveis e hiperreactivos. A constrição dos brônquios na asma pode ser provocada por espasmos musculares, pela tumefacção da mucosa, ou pela produção aumentada de muco ou secreções das glândulas mucosas. Quando um destes processos ocorre e os brônquios se tornam demasiado estreitos, ou parcialmente obstruídos, desenvolvem-se algumas manifestações clínicas aceites como sintomas característicos da asma (tais como pieira, dispneia e tosse4) e que caracterizam uma crise asmática. Durante um ataque de asma, a vítima sente falta de ar – embora tenha é dificuldade em expelir o ar dos pulmões – e fica com uma respiração ofegante e ruidosa (sibilo). Tem também uma sensação de opressão no peito, como se estivesse envolta numa enorme e apertada ligadura elástica, e é frequente ter tosse seca. Se o ataque for grave os sintomas são: suores, taquicardia, ansiedade, cianose, incapacidade de expectorar. Por vezes podem também verificar-se perturbações de consciência, o que pode indiciar uma ameaça de asfixia, que pode ser fatal. 4.Apesar de conhecidos os sintomas mais comuns da asma, sendo esta uma doença atópica (doença cujos sintomas variam de pessoa para pessoa), nem sempre é possivel o seu correcto diagnóstico. Não é, por isso, suficiente saber quais os sintomas apresentados pelos doentes. É também necessária a realização de exames físicos muito completos e testes pulmonares, bem como conhecer o historial clínico do doente. Alguns dos exames físicos são: contagem sanguínea completa, raio-X ao peito e aos seios nasais, exame à expectoração e às secreções nasais, entre outros (in Colorado Health Net, URL: http://www.coloradohealthnet.org/). [ continuar ] |
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Faculdade
de Letras da Universidade do Porto. Última alteração em: 30-09-2000 |