A utilização do critério "superior à média" e "superior ao percentil mensal 90" permitiu-nos elencar alguns "meses críticos", embora nos tenha conduzido a um enorme afunilamento da amostra.

Consideramos, deste modo, os seguintes meses críticos:

• Fevereiro de 1993 (25 casos)
• Abril de 1993 (18 casos)
• Maio de 1993 (20 casos)
• Outubro de 1993 (18 casos)
• Dezembro de 1993 (26 casos)
• Janeiro de 1994 (24 casos)
• Outubro de 1994 (18 casos)
• Novembro de 1994 (20 casos)
• Março de 1995 (18 casos)

A metodologia utilizada para a sua selecção está condensada no Quadro XXX, onde podemos observar o número de ocorrências de sequências de 2,3,4,5,6,7,8,9 ou 10 dias com mais de 0, 1,2,3,..., 14 crises asmáticas em crianças dos 0 aos 13 anos, provenientes de Campanhã, Paranhos, Rio Tinto e Ermesinde.

Interessava-nos isolar nesta tabela os casos excepcionais (como, por exemplo, a sequência de 10 dias que totaliza mais de 14 casos), e por isso seleccionamos apenas os 10% do total de dias em que ocorrem crises asmáticas (76).

No Quadro XXX encontram-se assinalados a vermelho os casos que, pelo processo enunciado, julgámos excepcionais para as sequências de 2,3,4,5,6,7,8,9 e 10 dias.

As "sequências de dias críticos" distribuíram-se pelos meses de Janeiro, Fevereiro, Março, Setembro, Outubro e Dezembro (Quadro XXXI).

Dentre este conjunto evidencia-se especialmente uma sequência: 27 de Setembro a 6 de Outubro de 1994, com um total de 15 crises asmáticas.

Ao compararmos os resultados obtidos na selecção dos "meses críticos" e das "sequências críticas" (Quadro XXXII), verificamos que, à excepção dos "dias críticos" em Maio e Abril de 1993, Setembro de 1994 e Março de 1995, todas as outras acontecem nas mesmas estações do ano (Outono e Inverno).

A utilização exclusiva das "sequências de dias críticos" revelaria os pequenos períodos de tempo com fortes ocorrências de crises asmáticas, por vezes não visíveis à escala do "mês crítico" (ex: Setembro de 1994), mas esconderia longas sequências de dias com asma marcadas não por picos de ocorrências mas pela sua excepcional continuidade (ex. Maio de 1993).

ver figura
Fig. 210 – Total mensal dos crises asmáticas em crianças dos 0 aos 13 anos provenientes de Campanhã, Paranhos, Rio Tinto e Ermesinde

ver quadro
Quadro XXX - "Dias Críticos" e "Sequências Críticas" de crises de asma (0-13 anos) com duração de 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, e 10 dias

 ver quadro
Quadro XXXI - "Sequências Críticas" de crises de asma (0-13 anos) provenientes de Campanhã, Paranhos, Ermesinde e Rio Tinto entre 1992 e 1997

ver quadro
Quadro XXXII - Comparação dos resultados obtidos nos "mese críticos" e nas "sequências críticas" de crises de asma (0-13 anos) provenientes de Campanhã, Paranhos, Ermesinde e Rio Tinto entre 1992 e 1997

Como principais conclusões relativas à análise dos internamentos de crianças (0-13 anos), com crises asmáticas na urgência do HSJ (Porto), provenientes de Campanhã, Paranhos, Rio Tinto e Ermesinde, destacamos:

• a existência de uma relação inversa entre o número de crises asmáticas e a idade das crianças;
• a variação não linear do número de crises asmáticas registados ao longo deste período;
• o número excepcional de crises asmáticas registadas em 1994;
• a maior incidência de crises asmáticas em crianças do sexo masculino;
• o agravamento da patologia nos meses de Outono e Inverno;
• a importância do número de crises asmáticas nos meses de Fevereiro e Dezembro de 1993 e Janeiro de 1994;
• a necessidade de considerar conjuntamente os "meses críticos" e as "sequências críticas" no prosseguimento do estudo, justificada pela importância do número de casos de crises asmáticas registados na "sequência crítica" de Fevereiro de 1993 (20 casos), Janeiro de 1994 (39 casos) e Dezembro de 1993 (32 casos) e no "mês crítico" Dezembro de 1993 (26 casos).

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