Aliás, veja-se que na maior parte dos "dias críticos" dos diferentes meses não ocorreu precipitação (Anexo III), e que os valores de pluviosidade registados nos outros dias é sempre muito reduzida se comparada com os valores registados nos mesmos meses entre 1900 e 1989 (Anexo X).
Observe-se, por exemplo, que nos "dias críticos" de Janeiro de 1989, a pluviosidade total variou entre os 0mm (na grande maioria dos dias) e os 3,2mm (no dia 25), enquanto que o mínimo para os meses de Janeiro entre 1900-89 foi de 3mm (Anexo X).
O mesmo aconteceu nos dias de Fevereiro e Outubro de 1989 rotulados de "críticos". Nesta "sequência de dias críticos" não se registou pluviosidade (Anexo III), enquanto que o "normal" seria registar-se, pelo menos, 4mm em Fevereiro e 8mm em Outubro (Anexo X).
Podemos, assim, concluir que o período em questão foi menos pluvioso do que o "normal"
Nebulosidade
Esta caracterização não ficaria completa se não referíssemos que o número de dias com céu completamente coberto foi quase de 21% dos "dias críticos" para os quais temos valores de nebulosidade65 e que nos outros dias se registou, quase sempre, forte nebulosidade (Anexo III).
Veja-se que, por exemplo, na sequência de 20 "dias críticos" identificada para Fevereiro de 1990, 9 dias tiveram o céu completamente coberto (7 dos quais foram seguidos), e que só no dia 22 se registou menos nebulosidade (5/10). Em todos os outros dia a nebulosidade foi superior a 6/10 (Anexo III).
Ao contrário do registado para as outras variáveis, os valores de nebulosidade parecem, assim, enquadrar-se no "normal" - entre 1987-91, a nebulosidade foi superior a 7/10 em mais de 50% do total de dias (Monteiro, A., 1997).
Pressão Atmosférica e Situações Sinópticas
Em 66% dos "dias críticos" para os quais há dados da pressão atmosférica66, registaram-se altas pressões, tendo-se atingido os 767,3mmhg, em 29 de Janeiro de 1989 (Anexo III).
Finalmente, é de referir que as situações sinópticas predominantes (quer à superfície quer em altitude) não foram as mesmas que predominaram no período 1987-91 (Capítulo G3.2).
Neste período as situações sinópticas de superfície predominantes foram os centros depressionários estacionários e os anticiclones atlânticos subtropicais (Capítulo G3.2). Porém nos "dias críticos" predominaram os anticiclones Ibero-Mediterrâneos (Anexo III).
Aliás, esta diferença é visível mesmo nos meses em que as situações sinópticas de superfície predominantes não foram estas. Por exemplo, em Fevereiro de 1989, predominaram os anticiclones Ibero-Mediterrâneo e Atlântico Subtropical, enquanto que nos meses de Fevereiro de 1987-91 predominaram as perturbações de Oeste.
Quanto às situações sinópticas em altitude, entre 1987-91, predominaram os ramos do fluxo zonal (Capítulo G3.2), enquanto que nos "dias críticos" predominaram as cristas anticiclónicas.
65. À semelhança do que acontece com outras variáveis, principalmente de qualidade do ar, também no que respeita ao registo dos valores da nebulosidade há muitas lacunas e a partir de 1991 os registos são inexistentes. [ continuar ]
66. Esta é também uma das variáveis cujo registo apresenta muitas lacunas e deixa de existir a partir de 1991 [ continuar ]