II Jornadas do Quaternário da APEQ; Porto, FLUP, 12-13 Outubro de 2000

A ACÇÃO ANTRÓPICA NA MUDANÇA DA TIPOLOGIA DO TEJO AO LONGO DO TEMPO

Teresa M. Azevêdo(*); Elisabete V. Nunes(*)

(*) Centro de Geologia, Faculdade de Ciências de Lisboa, Universidade de Lisboa, Ed. C2, 5º Piso, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal.

terazeve@fc.ul.pt (T. Azevêdo);

elisabete.nunes@fc.ul.pt (E. Nunes)
 
 

Resumo

A falta de dados hidrológicos para o estudo das cheias do Tejo tem sido compensada pela pesquisa de todo o tipo de informação histórica colhida em documentos antigos, jornais e revistas bem como pela observação detalhada e comparativa de cartografia antiga e recente a diferentes escalas.

Através desta pesquisa tornou-se evidente a variação não só do traçado do rio como da sua tipologia, passando ao longo dos séculos de um sistema "braided" de múltiplos canais separados por extensas barras arenosas a um sistema de um único canal levemente sinuoso, de barras alternadas.

Para esta mudança concorre principalmente a actividade antrópica através da realização de variadas obras ditadas na maioria das vezes apenas pelos interesses particulares ambições pessoais. Disto são testemunho os "acrescidos", perfeita colagem dos mouchões às margens por colmatação artificial dos canais secundários, aumentando assim a área dos terrenos agrícolas dos proprietários ribeirinhos.

Contudo, um dos casos mais surpreendentes é aquele em que D. João III ordenou a mudança do percurso do rio para salvaguardar as terras de seu irmão, o príncipe D. Luís, do assoreamento e consequentes prejuízos. Esse episódio, em que o Tejo foi deslocado a partir de Tancos, 1 km para N num troço de 10 km de comprimento é aqui relatado, bem como as consequências a breve prazo de tal empreendimento.

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