II Jornadas do Quaternário da APEQ; Porto, FLUP, 12-13 Outubro de 2000

O NEOLÍTICO NO NORTE DE PORTUGAL
 
 

Maria de Jesus Sanches

Departamento de Ciências e técnicas do Património, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Via Panorâmica s/n, 4050-564 Porto (Portugal);

e-mail: msanches@esoterica.pt

Tradicionalmente a introdução das técnicas produtivas e/ou o uso de cerâmica definem arqueologicamente o início do Neolítico. Nesta acepção existem comunidades neolíticas no Norte de Portugal desde o final do 6ºmil. AC.

Contudo, a despeito daquela definição, assume-se que a ocupação generalizada, neolítica, do território do Norte de Portugal, só se documentará com fenómeno tumular em mamoa, iniciado já no final do 5º mil. AC, mas que só ganha uma expressão clara no decurso do 4º milénio.

É no final deste milénio e durante o milénio seguinte (3º mil.) que adquire visibilidade o fenómeno "aldeia".

É assim num tempo de longa duração ˜marcado, no final do 6º milénio pela introdução das primeiras práticas produtivas no seio de algumas comunidades de caçadores-recolectores e que desembocará no advento das sociedades plenamente produtoras, ie, agro-pastoris e metalúrgicas do 3º milénio AC˜, que procuraremos seguir as principais mudanças culturais que identificam nesta região o Neolítico.

Em traços largos o que estará então em discussão é este lento processo histórico a que se convencionou chamar Neolítico.

Nesta exposição será discutida para o norte de Portugal:

1) a informação de índole paleobotânica regional em articulação com a progressiva antropização da paisagem;

2) a documentação arqueográfica na vertente da gestão e do domínio territorial e simbólico que, sob várias formas, as primeiras comunidades verdadeiramente agro-pastoris usaram na apropriação da terra e da cosmogonia.

 

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