IIJornadas do Quaternário da APEQ; Porto, FLUP, 12-13 Outubro de 2000

Problematical mapping of the quaternary deposits
 

Bernardo.Barbosa@igm.pt
Antonio.Barra@igm.pt
 


 

ABSTRACT

Generally, portuguese geological maps show the terrace deposits of theQuaternary displayed in steps. Their mapping starts practically below thebase of the Pliocene deposits, at a height of 100 m, followed by the 90- 80m deposits (identified by Q1); afterwards comes the 70 - 60m terraces(Q2a); which are followed by the 50 - 45 m deposits (Q2b); the 40 - 30mdeposits (Q3) and so on finishing with Q4, normally, also displayed intotwo terraces at 20 - 15 m (Q4a) and at 10 - 5m (Q4b), totalizing 6 terracesbuilt in interglacial cycles and separated, generally, by 6 intervals correspondingto the glacial cycles.
The geological map symbols of these quaternary deposits (with the altimetricelevation), as in other units, had a cronostratigraphic connotation.
The Vagos geological map, at 1/50.000 scale, was the first map editedby the Portuguese Geological Survey (SGP) showing a lithostratigraphiclegend. Although, altimetric criteria persisted in the mapping of the quaternarydeposits, as a means of cronostratigraphic correlation, following similarcriteria of the Aveiro map (towards the north). However, in the Cantanhedemap adjacent to Vagos towards the south, the lithostratigraphic criterionis already introduced within the terrace deposits, relating them to thealtimetry.
The Pliocene of the lower Vouga River, especially in the Agueda-Oiãarea, shows a "relative deepening". For the period of time of 3 My (UpperPliocene ? Placenzian) the average subsidence rate of 0.1 mm/10 years hasbeen calculated. This value corresponds to creeping rates around 10 timeslower than those calculated to the uplift responsible for the intervalsbetween the terrace deposits (10 m/100 Ky = 1mm/10 years)
The continental uplift (at 10m/100 Ky rate) would be responsible forthe "normal differentiation" of the stepping of the various terraces levels.But, for higher uplift rates, it does not seem possible to generate anydeposit by absence of the sediment’s accommodation capacity and also bythe increase in potential energy. Instead of deposition there will be progradation,erosion, incision and/or ravination (e.g. Douro River, upstream Castelode Paiva, Atlantic islands, Galician rias, etc.).
The continuous or imbricated display of the terraces (defining apparentplatforms) occurs through moderate uplift rates and/or relative tilt.
Therefore, in order to obtain a stratigraphic inversion of the dispositionof the quaternary terraces it would be necessary to have tectonic loweringrates or tilt near close to or higher (> 1 or 2 mm/10 years) than the instantaneousvelocities known in restricted areas of the globe.
The sedimentologic and lithostratigraphic characterisations representcriteria of sedimentary equivalence and differentiation to keep with referenceto altimetry, although the classic map symbols with cronostratigraphicconnotation must be substituted by other with lithostratigraphic significance.
The lithostratigraphic criteria are not capable of establishing anychronostratigraphic correlation, so they must be complemented with othercriteria namely palaeontologic, archaeologic and isotopic dating.
 
 

Problemática da cartografia dos depósitosquaternários

Bernardo.Barbosa@igm.pt
Antonio.Barra@igm.pt
 
 

RESUMO

Os mapas geológicos nacionais mostram, geralmente, os depósitosde terraço do Quaternário escalonados, em forma de degraus.A cartografia destes depósitos inicia-se, praticamente, àcota imediatamente abaixo dos 100 metros de altitude (identificada coma base dos depósitos do Pliocénico); seguidos dos depósitosdos 90 - 80 m (designados por Q1); depois vêm os dos 70 - 60 m (Q2a);seguem-se os dos 50 - 45 m (Q2b); os depósitos dos 40 - 30 m (Q3)e assim, sucessivamente, terminando nos Q4, normalmente desdobrados emdepósitos a cotas dos 20 - 15 m (Q4a) e dos 10 - 5 m (Q4b ), totalizando6 terraços edificados nas fases inter-glaciares, separados por 6intervalos correspondentes às fases glaciares.
Assim como para as outras unidades, as siglas utilizadas para os terraçosdo Quaternário (associadas às respectivas cotas), tinha significadocronoestratigráfico.
O mapa geológico de Vagos, na escala 1/50 000, foi a primeiracarta a ser editada pelos SGP com legenda litoestratigráfica. Noentanto, o critério altitudimétrico persistiu na cartografiados depósitos quaternários deste mapa, com fins de correlaçãocronoestratigráfica, seguindo o da folha vizinha de Aveiro, a norte.Porém, no mapa de Cantanhede, contíguo para sul ao de Vagos,introduz-se já o critério litoestratigráfico nos depósitosde terraços, com referência à altimetria.
O Pliocénico do baixo rio Vouga, especialmente da áreade Águeda-Oiã apresenta um "afundimento relativo". Para operíodo de tempo de 3 Ma (Pliocénico superior - Placenciano)calcula-se uma taxa média de subsidência de 0,1 mm por 10anos. Este valor corresponde a taxas de fluência cerca de 10 vezesinferiores às calculadas para soerguimento gerador dos intervalosde escalonamento entre os vários terraços (10m /100 Ka=1mm/10anos).
O soerguimento continental (à taxa de 10m/100 Ka) seria responsávelpelo escalonamento dos vários níveis de terraços.Mas, para taxas de soerguimento mais elevadas, parece não ser possívelobter qualquer depósito, por falta de capacidade de acomodaçãode sedimentos e também por aumento de energia potencial. Em vezde deposição ter-se-ia progradação, erosão,encaixe e ou ravinamento (ex. rio Douro, a montante de Castelo de Paiva;ilhas Atlânticas, Rias Galegas, etc.).
A disposição continua ou imbricada de terraços(na definição de aparentes plataformas) pode dever-se a taxasmoderadas de soerguimento e/ou basculamento relativo.
Para se dar a inversão estratigráfica da disposiçãodos terraços quaternários, seria necessário obtertaxas de "basculamento" ou afundimento tectónico semelhantes ousuperiores às velocidades instantâneas reconhecidas em restritasregiões do Globo (muito superiores a 1 a 2 mm/10 anos).
Em cartografia a caracterização sedimentológica,nomeadamente litoestratigráfica, constituiu um critério auxiliarde equivalência e de diferenciação estratigráficas,que deve prosseguir, com referência à altimetria. Mas, assiglas clássicas utilizadas com significado cronoestratigráficodevem ser abandonadas e substituídas por outras com caráctere significados litoestratigráficos.
Os critérios litoestratigráficos não possuem qualquercapacidade de correlação cronoestratigráfica e, porisso, terão de ser, naturalmente, complementados e cruzados comoutros critérios, nomeadamente, paleontológicos, arqueológicose de datação absoluta.
 
 

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