II Jornadas do Quaternário da APEQ; Porto, FLUP, 12-13 Outubro de 2000

OBSERVAÇÕES EM AMBIENTES GLACIARES E PERIGLACIARES COMO LIÇÃO PARA O ESTUDO DE HERANÇAS DO QUATERNÁRIO EM PORTUGAL
 
 

Fernando Rebelo

Centro de Estudos Geográficos

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Pç. Porta Férrea - 3040 COIMBRA





1 - Observações realizadas em glaciares actuais em retracção nos Alpes, na Escandinávia e nas Montanhas Rochosas Canadianas permitem compreender melhor as formas dos vales e os depósitos que lhes estão associados em locais do nosso país, nomeadamente na Serra da Estrela.

A própria dinâmica de fusão da frente de certos glaciares pode ajudar a compreender parte da origem de formas como pequenos lagos de tipo "ombílico", tal como a dinâmica da fusão de outros pode ajudar a compreender características de algumas moreias em desmantelamento.

recuo recente de alguns glaciares ou o seu desaparecimento há menos de 5000 anos permite, também, definir com exactidão formas de pormenor como estrias, levando a que se reduza drasticamente o número das que em Portugal são por vezes referidas.

2- Do mesmo modo, observações efectuadas em ambientes periglaciares na Lapónia ajudam a definir com mais precisão certas formas de pormenor herdadas dos tempos frios do Quaternário em Portugal.

Desde as evidências de acções de macrogelifracção à formação de "thufur", passando por diversos tipos de solos estriados, tudo funciona como uma grande lição para se compreenderem heranças existentes nas nossas serras.

De igual modo, observações em áreas de periglaciar moderado, como na Escócia, permitem tirar ilacções sobre as paisagens de um passado recente no litoral português.

3- Os movimentos de turismo ecológico que se desenvolvem em territórios onde foram realizadas as observações fazem-nos pensar na possibilidade de virem a propor-se para o nosso país percursos devidamente apoiados cientificamente em áreas de heranças glaciares e periglaciares.

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