Caracterização do Sistema Climático Regional
i) as temperaturas médias mensais
mínimas oscilaram entre os 4.9°C em Janeiro e os 14.9°C em Julho;
ii) as temperaturas médias mensais máximas variaram entre os 13.1°C em Janeiro e
os 24.7°C em Agosto;
iii) existe uma grande variabilidade da temperatura mínima nos meses de Inverno;
iv) o período de Verão inicia-se a partir de finais de Junho e prolonga-se até
finais de Agosto;
v) o período de Inverno prolonga-se desde finais de Novembro até ao fim de
Fevereiro;
vi) a passagem do Inverno para o Verão é muito perturbada, com uma
constante alternância de dias mais quentes e dias mais frios enquanto a transição do Verão
para o Inverno é mais calma, lenta e gradual;
vii) só Julho e Agosto registaram totais mensais de precipitação baixos. Todos os
outros meses do ano têm, em média, totais mensais consideráveis;
viii) a humidade relativa às 9h é, em média, sempre muito elevada (>75%);
ix) no Verão predominam os ventos de NW e no Inverno os ventos de E;
x) o vento tem durante quase todo o ano velocidades acima dos 20 Km/h (5,5 m/s-1);
xi) as velocidades atingidas nos meses de Verão, por exemplo em Agosto, podem ser muito
idênticas às atingidas nos meses de Inverno e, não raras vezes, superiores às do
Outono.

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Situações Sinópticas
i) as situações anticiclónicas
foram, claramente, predominantes entre 1987 e 1997;
ii) em Junho, Julho, Agosto e Setembro as situações anticiclónicas foram as
predominantes na quase totalidade dos anos estudados (10 em 11);
iii) as situações depressionárias, pelo contrário, não ocorreram, preferencialmente,
em nenhum mês, embora em Outubro e Dezembro elas tenham predominado em 5 e 6 dos 11 anos
estudados;
iv) Janeiro de 1996 (com 27 dias) e Maio de 1997, Dezembro de 1989 e Novembro de 1997 (com
25 dias), foram meses, absolutamente excepcionais, em que se sucederam mais de 25
dias/mês sob a acção de situações depressionárias;
v) os meses de Dezembro de 1993 e 1995, de Outubro, Março e Fevereiro de 1990
assistiram a uma, pouco comum, predominância de situações depressionárias, facto que
convêm registar uma vez que coincidiram com alguns dos meses de mais elevado número de
crises asmáticas internadas no Hospital de S. João (Porto);
vi) a circulação em altitude foi predominantemente meridiana e, dentre esta, do tipo
corrente ondulatória.

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Manifestações de Modificação Climática
i) existe uma mudança climática
bastante mais evidente nas temperaturas mínimas do que nas temperaturas máximas;
ii) a irregularidade anual das temperaturas médias mínimas e máximas anuais, no
período que analisamos, confirma de igual modo uma tendência para um aumento
progressivo das temperaturas médias anuais;
iii) a comparação das várias Normais Climatológicas, para além de demonstrar
um aumento consecutivo da temperatura, especialmente das temperaturas
mínimas, do primeiro para o último período, expressou, claramente, sobretudo uma alteração
no ritmo climático inter-estacional;
iv) há sinais de mudança, traduzidos num aumento da temperatura e/ou no desaparecimento
das estações de transição;
v) existem evidências de modificação climática no espaço urbano portuense
associáveis ao metabolismo urbano;
vi) a excelente circulação do ar de que este Lugar beneficia, pela sua
diferenciação altimétrica, pela proximidade do mar e do rio, não foi suficiente para
diluir a importância da presença do Homem na modificação das características físicas
e químicas da baixa troposfera;
vii) encontram-se, com frequência, o centro da cidade mais quente do que a sua
metade ocidental e estas duas áreas muito mais quentes do que a metade oriental.
viii) a presença do rio sobretudo quando, no início da madrugada, serve de
corredor privilegiado para ar bastante arrefecido de E, SE ou NE, associada ao obstáculo
orientado grosso modo NNE-SSW, corporizado pelas maiores altitudes nesta área da cidade
contribuem para a dividir, climatologicamente, em duas partes substantivamente diversas.

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Degradação da
Qualidade do Ar
no caso da A.M.P., existem já
alguns resultados preliminares que, embora não tenham sido, ainda, carreados nem para o
planeamento nem para a decisão política, sugerem a coincidência de um maior
número de crianças com agravamento de crises asmáticas, na urgência do Hospital
de S. João, Porto, entre Outubro e Abril, em dias com:
i) concentração elevada de alguns poluentes atmosféricos;
ii) ausência de precipitação nos cinco dias anteriores;
iii) temperatura média e pressão atmosférica mais elevadas do que a média do mês em
que ocorreram;
iv) circulação predominante do ar de E, ENE, ESE e S.

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